Auto-suficiência não existe
"Somos, fomos e sempre seremos parte de um todo. O egocentrismo não é
inteligente, o que nos leva a afirmar que pensar só em si próprio é um
absurdo fora de qualquer realidade. Precisamos de todos à nossa volta,
mesmo porque, a autossuficiência nunca existiu; é uma das maiores
ilusões do homem moderno, embora todos sonhem com essa quimera e
confundam-na com liberdade e independência.
Somos integrantes de uma série, numerados pela ordem de entrada e de
saída, sem que disso tenhamos a mínima ideia. Em geral, mesmo com a tão
falada globalização, preocupamo-nos somente com o ambiente mais próximo:
família, bairro, ou, no máximo, a cidade. Vivemos num conjunto e dele
precisamos para sobreviver. Segurança, saúde, alimentação, transporte e
milhares de outras fontes de bem-estar vêm do ambiente, do coletivo, dos
outros...
Somos muito mais plurais, no entanto, percebemos-nos
tão singulares... Se analisarmos os grupos humanos de cada geração,
poderemos verificar, no amplo conjunto dos seres, uma infinidade de
características similares, mas sempre fazemos questão de marcar nossas
diferenças e fazer força para esquecer nossas similitudes. Por exemplo:
todos somos frágeis, complicados, ansiosos, inseguros e, no entanto,
gostamos de exibir força e alardear uma coragem cinematográfica. Daí o
sucesso das histórias dos super-heróis – ídolos que viajam pelo
imaginário coletivo
Na verdade, nossas diferenças são reais,
nossa individualidade é evidente. Somos seres únicos, modelos
exclusivos, porém, não podemos ignorar, muito menos esquecer, as
múltiplas semelhanças que nos unem e nos atam ao coletivo. Nascemos
totalmente dependentes e, à medida que envelhecemos, voltamos a ficar
nessa mesma condição. No tempo fugaz da juventude, embalamos o sonho
delirante da autossuficiência, mas, com a maturidade, descobrimos quanto
somos carentes de ajudas do próximo.
“O Leão e o Ratinho”
Ao sair do buraco, viu-se um ratinho entre as patas do leão. Estacou, de pelos em pé, paralisado pelo terror. O leão, porém, não lhe fez mal nenhum.
- Segue em paz ratinho; não tenhas medo de teu rei.
Dias depois, o leão caiu numa rede. Urrou desesperadamente, debateu-se, mas quanto mais se agitava, mais preso no laço ficava. Atraído pelos urros, apareceu o ratinho – amor com amor se paga – disse ele lá consigo e pôs-se a roer as cordas. Num instante conseguiu romper uma das malhas. E como a rede era das tais que rompida a primeira malha, as outras se afrouxam, pode o leão deslindar-se e fugir." Monteiro Lobato
Ao sair do buraco, viu-se um ratinho entre as patas do leão. Estacou, de pelos em pé, paralisado pelo terror. O leão, porém, não lhe fez mal nenhum.
- Segue em paz ratinho; não tenhas medo de teu rei.
Dias depois, o leão caiu numa rede. Urrou desesperadamente, debateu-se, mas quanto mais se agitava, mais preso no laço ficava. Atraído pelos urros, apareceu o ratinho – amor com amor se paga – disse ele lá consigo e pôs-se a roer as cordas. Num instante conseguiu romper uma das malhas. E como a rede era das tais que rompida a primeira malha, as outras se afrouxam, pode o leão deslindar-se e fugir." Monteiro Lobato
Amostra do nosso livro - Astrologia : uma Novidade de 6000 Anos